Em paralelo, temos uma outra narrativa que raramente vemos ou ouvimos falar, aquela que é ainda mais comovente pelo quão estranho parece. Esta ocorre vários anos depois, enquanto dois detetives tentam resolver uma série de estupros que vêm ocorrendo em várias cidades do Colorado.
Os detalhes do MO (modus Operandi) dos crimes correspondem ao caso de Marie e, de fato o responsável é o mesmo homem. No entanto, há uma grande diferença nas duas narrativas: no Colorado, a investigação é liderada por duas detetives. Em vez de informar ou pressionar as vítimas, elas ouvem e acolhem, têm empatia e se solidarizam. O contraste com o desenrolar da investigação do caso de Marie é gritante.
A detetive Karen Duvall do Colorado (Merritt Wever) é um modelo de escuta ativa. Portanto, quando ela entrevista pela primeira vez a vítima de estupro, Amber Stevenson (Danielle Macdonald) à leva para um espaço privado, depois de se certificar de que está confortável, diz a ela repetidas vezes que o que quer que ela tenha vontade de fazer ou dizer naquele momento está absolutamente bem.
A detetive é gentil e profissional, cita pesquisas para que Stevenson saiba por que ela precisa ouvi-la recontar seu estupro algumas vezes. Duvall ouve em silêncio, sempre com os olhos voltados para o rosto de Amber. Em seguida, ela assegura à vítima que as enfermeiras prestes a examiná-la são bem treinadas e sensíveis e ajuda os oficiais a preservar evidências valiosas.