Ouvimos com frequência que precisamos nos amar, mesmo aquelas partes de nós mesmas que achamos mais sombrias, porém ninguém ensina como. Refletindo sobre isso, lembrei do meu conto de fadas favorito: “A Bela e a Fera” e como ele pode ajudar na compreensão disto, como Bela pode nos ensinar o caminho para esse amor próprio, essa autoaceitação. A maioria de nós conhece esta história: uma bela jovem que se voluntaria para ser aprisionada com uma Fera terrível para salvar seu pai. A Fera tem uma aparência terrível, e Bela à evita, teme e deseja escapar a todo tempo dela.
Sabemos que a Fera é algo que a Bela deve aprender a amar sem qualquer informação interna ou persuasão, mas ela não tem esse conhecimento. Bela precisa aprender a ver a beleza no interior da Fera, por si própria. Apesar do medo que a Fera lhe causa, Bela desde o princípio “sente”, vislumbra algo diferente, algo nos olhos ou no comportamento da Fera levam-na a perceber que essa Fera, aparentemente horrível, não é tão terrível assim. Durante o desenrolar do conto, torcemos para que ela veja e perceba, aquilo que já sabemos: Bela precisa aprender a amar essa Fera, apesar de sua aparência, ela precisa enxergar para além do que seus olhos veem.
Vamos refletir um pouco: que parte de você ou de sua vida você não gosta, não aceita, que deseja ser diferente, algo que você só enxerga em termos negativos? Existe aspectos de você mesma ou circunstâncias de sua vida as quais você se sente presa, se odeia, pensa em ir embora, abandonar ou escapar? Esse questionamentos podem nos levar a compreender a verdadeira lição deste conto e porque ele encanta tantas de nós há tantos séculos.
A “Bela e a Fera” descreve algo muito verdadeiro para todos nós, devemos aprender a amar exatamente aquilo que odiamos ou repudiamos em nós. Não para encontrar o príncipe encantado, mas para compreender que por trás da máscara da feiura sempre há algo de valor, de belo e que merece ser amado, aceito. Enquanto não tivermos essa compreensão, estaremos presos na cela da não aceitação de si mesma ou da vida como ela é. É somente através da autoaceitação, genuína e completa, que passamos a apreciar nossos problemas e desafios como os presentes que eles realmente são. É quando podemos nos unir com essas características inaceitáveis de nossas vidas e viver felizes para sempre. É quando o que nós desprezamos é transformado em algo bonito e que amamos.